Campanha Empregos para o Clima contesta fecho da central a carvão da EDP, em Sines, sem garantias para a totalidade dos trabalhadores.
A Campanha Empregos para o Clima, que reúne colectivos activistas e sindicatos, contrapõe afirmações da EDP – que afirma estar a estudar situação dos 107 trabalhadores da central de Sines – com a inexistência de garantias para as restantes três centenas de trabalhadores que operam na mesma unidade em condições de precariedade.
“Este é um excelente exemplo de como não fazer uma transição energética” afirmou Andreia Ferreira, activista no Climáximo. “Sempre defendemos que uma verdadeira transição justa tem que garantir os postos de trabalho de todas as pessoas directamente afectadas pelo encerramento necessário das centrais de Sines e do Pego, sem excepções”. A campanha defende ainda a requalificação profissional dos trabalhadores de indústrias poluentes para o sector de energia renovável solar e eólica e a criação de uma empresa pública de energia 100% renovável.
“Num momento de tempestade perfeita de crise sanitária, económica, climática e social, quaisquer medidas estruturais têm de contribuir para travarmos todas estas frentes. Não é o caso no encerramento desta central”, conclui a activista.
A campanha rejeita ainda a ideia de que os empregos dos trabalhadores com contrato com a EDP estão garantidos, apontando a diferença entre os momento de encerramento da central em Janeiro de 2021, a aplicação prevista em Portugal de fundos europeus de Transição Justa e o início da produção de hidrogénio verde na região. “Não é certo e não bate certo”, sentencia Andreia Ferreira.
Esta posição junta-se à preocupação também demonstrada pela Fiequimetal (Federação Intersindical das Indústrias Metalúrgicas, Químicas, Eléctricas, Farmacêutica, Celulose, Papel, Gráfica, Imprensa, Energia e Minas) sobre o futuro dos trabalhadores de Sines.