Vivemos numa era de crises entrelaçadas. A falência do modelo neoliberal, acompanhada pela crise social de desemprego e precariedade num lado e as crises climática e ecológica noutro lado, exige políticas que respondem aos problemas das populações. O actual sistema não está a conseguir dar uma resposta a estas crises, o que cria um vazio passível de ser ocupado por governos cada vez mais autoritários e para as organizações de extrema-direita.
Mas isto não precisa de ser assim.
Podemos olhar as crises nos olhos, podemos aceitar a ciência climática e podemos construir uma sociedade justa e sustentável. A campanha Empregos para o Clima mostra o caminho para justiças social e climática, com criação de 100 mil novos empregos no sector público que cortem as emissões por 60-70% em 10-15 anos. Uma transição energética justa não só criaria um mundo melhor para todas e todos, mas também travaria a crise climática. E esta é a nossa vantagem: a extrema-direita pode ter falsas respostas à crise social, mas não tem nenhuma resposta à crise climática – que fica cada vez mais clara com a normalização do negacionismo oficial em muitos países.
É possível construir um movimento que esvazia as bases da extrema-direita e que canaliza a indignação das pessoas para a construção dum mundo justo e habitável. É também um pouco isto que a campanha Empregos para o Clima pretende atingir.
Podem mais específicos?
Não consigo perceber a relação da extrema direita com a transição energética.
Muito obrigado.
Atentamente
Paulo Almeida