A redução drástica das emissões de gases com efeito de estufa implica uma transformação profunda das infraestruturas e sistemas energéticos em poucos anos. Esta transição energética significa muito trabalho.
O relatório da campanha Empregos para o Clima mostra que 100 mil novos empregos no sector público conseguem cortar as emissões por 60-70% em 10-15 anos. Centenas de milhares de pessoas podem ter um emprego digno e socialmente útil, contribuindo para o combate à crise climática.
Estes 100 mil novos postos de trabalho seriam nos sectores-chave que têm um impacto directo nas emissões: energias renováveis, transportes públicos, eficiência energética, etc. Estes seriam empregos directos, criados pelo estado numa óptica de serviço público: um planeta habitável é algo que todos e todas precisam.
Estes empregos ainda criam mais empregos “indiretos” na linha de fornecimento, e empregos “induzidos” pelo aumento do poder de compra das populações. Por exemplo, um emprego para o clima pode ser em centrais solares. As pessoas que trabalham na instalação ou manutenção dos painéis solares teriam um emprego directo no programa de Empregos para o Clima. A distribuição e o consumo desta energia implicam o serviço de apoio ao cliente, pelo que os trabalhadores desta área teriam um emprego indirecto. Em termos gerais, 1 emprego directo cria 0.5 empregos indirectos. Agora, o trabalhador da central solar e o trabalhador do apoio ao cliente têm salários estáveis, o que implica que podem comprar mais do que anteriormente. Podem frequentar uma pastelaria que foi aberta recentemente devido ao aumento de procura. O trabalhador desta pastelaria teria um emprego induzido. Em termos gerais, 1 emprego directo cria 0.25 empregos induzidos pelo impulso na economia.
Resumindo, um programa governamental de Empregos para o Clima pode criar emprego para quase 175 mil pessoas. Assim, os Empregos para o Clima podem não só garantir um planeta habitável para todos, mas também podem contribuir para uma vida digna de centenas de milhares de pessoas.