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Nota de solidariedade com a greve dos trabalhadores da CP e da IP

 

O grupo de trabalho de Transportes Públicos e Mobilidade da Campanha Empregos para o Clima está solidário com a greve dos trabalhadores da CP e da IP – convocada pelas organizações sindicais ASCEF, ASSIFECO, SINFB, SINFA, SIOFA, SINDEFER, FENTCOP e STF – que reivindicam um prémio financeiro que compense a perda do poder de compra, a atualização do subsídio de alimentação e o fim da “discriminação entre trabalhadores”.

Vivemos num tempo de múltiplas crises – económica, social, ambiental e climática – que põem em causa o nosso presente e o nosso futuro. A criação de um serviço de transportes públicos e gratuitos, que sirva todo o país e que seja capaz de mitigar a necessidade do transporte individual, é uma medida necessária para enfrentar essas crises. E os trabalhadores dos transportes públicos devem estar no centro do desenvolvimento de tal plano. Assim estamos solidários com a greve de todos os trabalhadores que lutam pelos seus direitos.

A campanha Empregos para o Clima defende um sector dos transportes a emissões zero, que passaria, entre outras coisas, por um enorme investimento na ferrovia, incluindo a eletrificação e modernização das linhas existentes; a criação de novas linhas de alta velocidade; a reativação de linhas abandonadas e construção de linhas novas; assim como a  organização dos portos e zonas industriais com vista à criação de núcleos logísticos de comboios.

O setor dos transportes tem de ser pensado e gerido  na ótica do serviço público, dada o carácter essencial da possibilidade universal de mobilidade para todas as pessoas. Um investimento massivo em transportes públicos renováveis e acessíveis para todos, que dê resposta às necessidades reais das comunidades é essencial para cortar emissões de gases com efeito de estufa e travar as alterações climáticas. Este investimento tem também passar por garantias de trabalho digno a todos os atuais trabalhadores do setor, assim como a criação de novos empregos públicos, com salários justos e condições dignas – Empregos para o Clima – que garantam um serviço público de qualidade.

A luta destes trabalhadores é a luta por um futuro melhor para todos nós!

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