No passado sábado, dia 11 de março, trabalhadores, sindicalistas e ativistas juntaram-se em Santiago do Cacém para debater o passado e presente da região sob enfoque da crise climática e da transição energética. O mote foi lançado olhando para o caso da Central Termoelétrica de Sines, encerrada unilateralmente pela EDP em 2020. Este foi um caso do que correu mal, como assinalou José Félix, ex-trabalhador da Central e um dos oradores do debate. Bruno Candeias, em representação do Sindicato da Indústria, Energias e Águas de Portugal, reforçou que este encerramento nem salvaguardou os interesses dos trabalhadores nem uma verdadeira descarbonização, tendo sido motivado apenas pelo lucro fácil da EDP. Com olhos postos no futuro, e nos diversos projetos que estão a nascer (ou a ser anunciados) ao redor da antiga central, Susana Batel, investigadora do ISCTE, salientou a necessidade de se ouvir as populações e preparar uma transição que não pode ficar refém dos interesses das grandes multinacionais. No mesmo sentido, Ricardo Moreira, doutorando em alterações climáticas, salientou a necessidade de uma transição que garante empregos dignos, assim como uma verdadeira e rápida descarbonização. A iniciativa foi organizada pelo Grupo de Trabalho por uma Transição Justa em Sines e no Litoral Alentejano, da Campanha Empregos pelo Clima, e a ela se seguirão outras iniciativas na região.
O video da sessão está disponível em: https://vimeo.com/809498154