No dia 3 de novembro, num debate organizado pelo Sindicato dos Trabalhadores de Call Center e o Climáximo, discutiu-se o papel dos sindicatos na transição energética justa.
Enquanto o capital, na sua corrida ao lucro, destrói as condições de habitabilidade dos seres humanos no planeta, cabe aos trabalhadores defender o planeta da destruição capitalista. Alguns aspectos mencionados no debate com participação do público ficam aqui registados.
Em primeiro lugar, frisou-se a necessidade de dar prioridade a este assunto nos sindicatos, dando mais visibilidade às possibilidades de intervenção sindical. Isto não será só uma oportunidade para chegar aos trabalhadores jovens, mas poderá ser também uma parte íntegra da luta. Como um sindicalista destacou, transportes públicos mais acessíveis e de qualidade são uma vertente chave na vida dum trabalhador: ir e voltar do trabalho demora tempo e custa (muito) dinheiro; transportes coletivos mais frequentes significam uma redução efetiva das horas de trabalho, e transportes públicos baratos e acessíveis implicam um aumento real no salário dum trabalhador.
Para dar prioridade à transição justa nas organizações sindicais, é importante encontrar formas de ação reivindicativas. A intervenção sindical pela transição justa pode incidir sobre as atividades da empresa, como o caso dos trabalhadores da McDonald’s, que não só lutam por um aumento de salário mas também criticam a destruição ambiental por que a empresa é responsável. A intervenção sindical pode também passar pelo local do trabalho. Por exemplo, os trabalhadores dum supermercado podem objetar à venda de produtos demasiado embalados. Outro tipo de intervenção passa diretamente pela produção. Por exemplo, uma fábrica de automóveis poderá passar a produzir também autocarros por pressão do sindicato.
Estes foram alguns dos comentários do debate. Pretendemos continuar esta reflexão no próximo dia 24 de novembro, na conferência “O Trabalho na Era das Alterações Climáticas”.