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“Trabalho e Justiça Climática: Como intervir” – 25 de Janeiro

A campanha Empregos para o Clima esteve representada no debate realizado a 25 de Janeiro, com o tema “Trabalho e Justiça Climática: Como intervir”, promovido pela PRÁXIS – Reflexão e debate sobre trabalho e sindicalismo.

A gravação completa do debate pode ser vista aqui: https://youtu.be/fP1SWxprqsI

Neste debate, que contou também com intervenções de dirigentes das duas Centrais Sindicais, CGTP e UGT, foi discutido o papel que os Sindicatos e outras organizações dos trabalhadores podem ter na implementação de uma transição justa. O ponto de partida para a discussão foi o Guia da Confederação Europeia de Sindicatos (CES/ETUC) “Envolver os sindicatos na luta contra as mudanças climáticas para construir uma transição justa”, cuja tradução para português, produzida pela PRÁXIS, foi apresentada neste debate.

Este Guia, de 2019 mas que continua bastante actual, contém informação relevante recolhida no âmbito de um questionário aos Sindicatos filiados na CES em 23 países europeus, que foi complementada por seminários temáticos. A informação recolhida permitiu chegar a uma organização em 5 temas-chaves para a intervenção dos Sindicatos:

  1. Diversificação económica e política industrial
  2. Governação e participação sindical
  3. Educação, formação e competências
  4. Proteção social
  5. Reforçar as capacidades das organizações sindicais

No debate foram descritos vários tipos de dificuldades que os dirigentes sindicais e outros activistas encontram quando estão em causa questões relacionadas com a transição justa, e que se relacionam com as prioridades apontadas no Guia da CES. Foram referidas dificuldades ao nível da falta de recursos humanos nos Sindicatos, o que dificulta ter pessoas especializadas nesta área, bem como limita a possibilidade tanto de aceder a formação para sindicalistas como oferecer formação aos trabalhadores sobre este tema; e sobretudo existe uma grande dificuldade em abordar com os trabalhadores um assunto que por estes não é semprenvisto como prioritário, pelo menos em comparação com temas como o salário, a negociação coletiva, horários e outros preementes que afetam mais diretamente o dia-a-dia e a capacidade de fazer face às atuais dificuldades económicas.

A Leonor Canadas, em nomes da campanha, apresentou os princípios e principais propostas da campanha e manifestou interesse em trabalhar com os sindicalistas presentes para cumprir os objetivos que são comuns: falar com o maior número possível de trabalhadores sobre as implicações da transição rápida que é necessário fazer em todos os setores da economia, e como é necessária uma grande mobilização para assegurar os princípios de uma transição justa. Desde logo através de um papel mais ativo por parte das organizações dos trabalhadores, objetivo para o qual o Guia da CES traduzido pela Práxis e também outros Guias mais recentes do mesmo âmbito são contributos muito úteis.

Afinal como referido pela Leonor “ as problemáticas que afetam o mundo do trabalho estão em muito ligadas às causas na raiz da crise climática. (…) Sem um envolvimento grande da classe trabalhadora na sua amplitude e diversidade, na luta climática, uma transição justa e justiça climática não serão possíveis. Esta é uma luta conjunta, e é sem dúvida uma luta urgente. Como a Práxis diz na descrição deste evento “a emergência climática é o maior desafio das nossas vidas”.

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