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Um plano social para uma transição energética justa: Empregos para o Clima

A crise climática e a crise social de custo de vida fazem-se sentir com cada vez mais força nas nossas vidas. A campanha é a nossa proposta política para responder a estas duas crises duma forma justa e compatível com a ciência climática.

A crise climática é o maior desafio da História. O aumento da temperatura média faz escassear a água potável e comida nutritiva, despoleta guerras por recursos, fluxos migratórios massivos, tempestades e incêndios que destroem casas, infraestruturas, costas, florestas e colheitas. Isto acontece porque o setor energético tem somas exorbitantes investidas em combustíveis fósseis. Estas somas estão a custar a vida, a saúde, a casa e o futuro a muita gente.

Os cientistas climáticos preveem que um aquecimento de 2°C (face a níveis pré-industriais) fará com que hajam mudanças incontroláveis e galopantes no sistema terrestre. Por outro lado, segundo a Agência Internacional de Energia, a infraestrutura energética existente no mundo em 2017 já era suficiente para nos encerrar numa via para os 2°C de aquecimento.

A melhor estimativa da ciência é de que temos até 2030-2040 para mudar o curso da civilização humana e iniciar uma transição energética profunda a nível global.

Em Portugal, temos de cortar as emissões de gases de efeito de estufa em 80-90% num período de 10 anos.

Precariedade instalada

A pandemia normalizou o que foi instalado com a crise financeira: vínculos precários, falsos recibos verdes, horas extra não pagas, insegurança no emprego. Isto acontece não por falta de recursos, mas porque as empresas se movem pelo o lucro e não para servir as pessoas ou a sociedade. Este lucro está a custar a dignidade e qualidade de vida a muita gente.

Pobreza energética

Portugal é um dos países da UE onde mais se morre de frio. A dificuldade de manter as casas quentes vem da ineficiência energética e mau isolamento dos edifícios, do custo alto da eletricidade  e falta de acesso a tecnologia adequada (como aquecimento central). Este problema afeta sobretudo idosos, crianças, pessoas com doenças físicas ou mentais. Isto acontece os setores energético e da construção são movidos pelo lucro em vez do serviço público. Este lucro está a custar a vida, a saúde e o conforto a muita gente.

Custos da mobilidade

Milhares de mortes prematuras e custos altos para a saúde e economia resultam da concentração alta de poluentes no ar. Este problema está ligado a falhas dos transportes públicos e coletivos (em horários, custos frequência, cobertura, climatização), que levam quem pode a recorrer ao transporte individual. O resultado: problemas respiratórios, ruído excessivo, trânsito e falta de acessos a quem não tem carro.

A solução: criar serviços públicos e milhares de empregos dignos para travar a crise climática

A campanha Empregos para o Clima defende uma transição energética que dê emprego digno e socialmente útil a dezenas de milhares de pessoas. A campanha foi lançada em 2016 e conta com o apoio de várias organizações de sociedade civil, como sindicatos, ONGs e coletivos ambientalistas.

O relatório “Empregos para o Clima” (2021), produzido por um trabalho coletivo de académicos, sindicalistas e ambientalistas, defende que é possível reduzir as emissões nacionais de gases com efeito de estufa em 80-90% em 10 anos. Para esta transição energética rápida, serão precisos 200-250 mil novos postos de trabalho em sectores-chave da economia, maioritariamente nas áreas de energias renováveis, transportes, construção, agricultura e floresta.

As reivindicações da campanha têm quatro princípios:

  • Criação de novos postos de trabalho;
  • No setor público;
  • Nos setores-chave que têm impacto direto nas emissões, como energia, transportes, construção, gestão de florestas e agricultura;
  • Com garantia de requalificação profissional e prioridade ao emprego para as trabalhadoras e os trabalhadores dos setores poluentes.

Empregos para o Clima por setores




Empregos para o Clima…


Global Climate Jobs

We have to stop climate change, and we have to do it quickly. To do it, we will need 150 million new jobs globally for at least twenty years. There are now campaigns in several countries fighting for mass government programs for climate jobs. Most of them started with union support, and all of them are trying to build an alliance of unions, environmentalists, NGOs, and faith groups.

More information the global campaign and the campaigns in other countries: www.globalclimatejobs.org