Potenciais empregos no futuro decorrentes das alterações climáticas para Portugal: Reflexão expedita sobre empregos gerados pela reabilitação energética (Draft)
Manuel Duarte Pinheiro – Eng.º Ambiente, Doutorado, Prof. IST, Responsável do Sistema LiderA
(Revisão do texto de Daniela Urbano, Mestre Engª do Ambiente)
Maio de 2017
Potenciais empregos no futuro decorrentes das alterações climáticas para Portugal
Uma reflexão inicial
1. Enquadramento
Um dos desafios da economia é a capacidade de assegurar empregos e criar valor. As alterações climáticas são uma ameaça e um fator incontornável que importa considerar, contribuindo para reduzir as emissões de gases de efeito de estufa (mitigar), bem como preparar e ajustar as atividades, território e economia a alguns dos seus efeitos (adaptar).
As alterações climáticas estão e vão criar mudanças que alteram as condições do ambiente, sociedade e na economia, sendo essencial que as abordagens de mitigação e adaptação sejam uma componente de contribuição decisiva neste domínio.
Estas mudanças e as intervenções por exemplo de mitigação (descarbonização), se por um lado levam ao desaparecimento potencial de empregos (potencialmente associados a toda a fileira dos combustíveis fósseis), abrem também nos diferentes sectores a possibilidade de aparecimento de novos empregos, estes mais integrados numa lógica de bom para o ambiente, bom para a sociedade e bom para a economia, isto é, desenvolvimento sustentável.
Esta reflexão decorre do desafio do movimento “empregos-clima.pt” com o objetivo de contribuir para qual o contributo para criação de empregos da “eficiência energética do edificado”.
Para o efeito foi efetuada a abordagem de:
- Definição do contexto de mudanças climáticas consideradas e horizonte de análise;
- Sistematização das intervenções no edificado de reabilitação energética;
- Desenvolvimento de um modelo de análise;
- Obtenção dos dados;
- Quantificação dos empregos gerados no período de análise e poupanças em carbono;
- Aferição das propostas, nomeadamente avaliação dos pressupostos, viabilidade do investimento.
2. Contexto e Alterações Climáticas
Estudo Reino Unido
Em termos internacionais, em 2014, foi publicado no Reino Unido um estudo integrado na campanha contra as alterações climáticas que estima os empregos criados pelas intervenções para reduzir as emissões, isto é, mitigar as alterações climáticas (Campaign against Climate Change, 2014).
A abordagem concentra-se nas emissões, na sua redução e nos sectores que reduzem mais emissões e assenta em três formas de redução para metade da energia atual, através de:
- Redução da quantidade de eletricidade utilizada pela eficiência de equipamentos;
- Isolamento e renovação do edificado (casas, edifícios públicos e de negócios) para reduzir 40 % das emissões;
- Redução nos transportes;
- Finalmente asseguram o fornecimento de energia através de um mix renovável.
Como resultado, para o Reino Unido e para um período de 20 anos, o estudo estima que pode vir a criar 1 milhão de empregos neste modelo.
Edificado Nacional e peso do setor residencial
Em Portugal, o edificado nacional tem particularidades que importa reter. Da análise dos dados dos censos 2011 constata-se que em Portugal (INE, 2012) existem mais de 5.8 milhões de alojamentos (5 878 756)[1], sendo a maioria, cerca de 68 %, residencial habitual (3 991 112), 19 % residências secundárias, 13 % alojamentos vagos e 12 604 são alojamentos coletivos, por exemplo estabelecimentos hoteleiros ou similares (cerca de 0,2 %).
Nas residências habituais, cerca de 52 % dos alojamentos dispõe de áreas entre 60 a 119 m2, estando a sua distribuição apresentada no gráfico seguinte.
Nos Alojamentos Familiares ocupados por residências familiares (que são 3 997 724), 14 % não tem nenhum sistema de aquecimento [2].
Necessidade de reabilitação energética
As necessidades de assegurar as condições energéticas mínimas de conforto são essenciais, sendo Portugal um País onde a Pobreza Energética é um dos pontos na agenda e onde mais se morre de frio. “Portugal tem a maior taxa (28 %) de excesso de mortalidade no Inverno”, seguido de Espanha e Irlanda, com 21 %.” [3].
Em Portugal, o consumo energético no sector doméstico corresponde a cerca de 15 %, enquanto nos Países da União Europeia é de 25 %.
Assim, as necessidades de reabilitação energética e aumento da eficiência no parque edificado nacional são essenciais e fazem parte de intervenções previstas de procura de eficiência energética.
Acresce que a regulamentação da certificação energética definiu como meta para os novos (e potencialmente para as reabilitações mais significativas) edifícios públicos, a partir de 1 de Janeiro de 2019, e para os privados, em 1 de Janeiro de 2021, a passagem para uma procura de quase zero de energia e um custo ótimo.
Esta nova meta da legislação vai colocar uma pressão ainda maior para melhorar o desempenho energético dos edifícios e utilização de energias renováveis locais, o que vai na linha do pretendido e vai contribuir para criar empregos e reduzir as emissões de carbono.
Retenha-se a elevada necessidade de reabilitação energética na área residencial que se traduz também em conforto e poupanças energéticas.
3. Eficiência Energética – Edifícios e construção e empregos
A procura de eficiência energética nos edifícios é por razões ambientais, económicas e socais uma premência. No caso do edificado assenta numa intervenção a vários níveis, abrangendo a intervenção nas medidas passivas (melhorar isolamento da cobertura e das paredes das fachadas, desempenho do envidraçado, entre outros), bem como na melhoria de eficiência dos equipamentos.
Seguidamente sistematizam-se as orientações decorrentes do Plano Nacional de Eficiência Energética, necessidades existentes de reparação e oportunidades que permitem enquadrar e orientar o modelo e cálculos a utilizar na abordagem de análise no capítulo 4.
Plano Nacional de Eficiência Energética
Está já previsto um conjunto de intervenções para melhorar desempenho energético, por exemplo o Plano Nacional de Eficiência Energética (PNAAE) refere: “A Diretiva n.º 2006/32/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 5 de abril de 2006, relativa à eficiência na utilização final de energia e aos serviços energéticos, determinou que os Estados Membros adotassem, e procurassem atingir, até 2016, um objetivo global nacional indicativo de economia de energia de 9% através a promoção de serviços energéticos e da adoção de outras medidas de melhoria da eficiência energética.
Neste âmbito, os Estados Membros comprometeram-se ainda a, até 2020, reduzir as emissões de gases com efeitos de estufa em 20%, aumentar em igual percentagem a proporção de fontes de energia renováveis no cabaz energético da União Europeia (UE) e alcançar a meta de 20% estabelecida para a eficiência energética.
A maioria das preocupações que justificaram a aprovação da referida Diretiva n.º 2012/27/UE já se encontram consagradas na legislação nacional, em particular no que respeita ao Plano Nacional de Ação para a Eficiência Energética para o período 2013 -2016 (Estratégia para a Eficiência Energética — PNAEE 2016), aprovado pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 20/2013, de 10 de abril, projetando novas ações e metas para 2016 no sentido de dar resposta às reocupações relativas à redução de energia primária para o horizonte de 2020.
Assim sendo, o PNAEE 2016 passou a abranger seis áreas específicas (incluindo as áreas integradas no PNAEE 2008):
Transportes, Residencial e Serviços, Indústria, Estado, Comportamentos e Agricultura. Estas áreas incluem um total de 10 (dez) programas que integram um leque de medidas de melhoria da eficiência energética orientadas para a procura energética e que, de uma forma quantificável e monitorizável, visam alcançar os objetivos propostos.
Neste contexto, o PNAEE abrange seis áreas específicas, nomeadamente, Transportes, Residencial e Serviços, Indústria, Estado, Comportamentos e Agricultura, contemplando diversas medidas de promoção da eficiência energética para atingir as metas propostas para 2016 e 2020.”
Segundo (PNAEE, 2016): “A poupança energética das medidas constantes do PNAEE 2008 e PNAEE 2016, englobadas nas áreas específicas de Transportes, Residencial e Serviços, Indústria, Agricultura e Estado e na área transversal de Comportamentos, tem como cenário de referência a média do consumo energético final nacional nos anos de 2001 – 2005, de acordo com o definido ainda na antiga Diretiva n.º 2006/32/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 5 de abril de 2006, relativa à eficiência na utilização final de energia e aos serviços energéticos (Diretiva de Serviços Energéticos – ESD)”, tal como ilustrado no quadro seguinte:
Necessidades de reparação
Em média 1/3 dos edifícios em Portugal dispõe desde logo de necessidades de reparação de alguma tipologia, por exemplo 33 % na cobertura, 31 % na estrutura e 35 % nas paredes e caixilharias exteriores, sendo em média a necessidade de grandes e muito grandes reabilitações os valores da ordem dos 5 % na cobertura e estruturas e 6 % na caixilharia.
No caso de se pretender dispor de necessidades de elevado desempenho energético, a necessidade de intervenção estrutural é mais alargada ao edificado.
Se considerarmos que se coloca no mercado por outras razões (Comerciais, adaptabilidade) 10 000 novos alojamentos (ou reabilitação estrutural) por ano, tal significa que, em 20 anos, correspondem a 200 000 ou seja apenas 5 % do mercado, o que é reduzido. Se estivermos à espera desta taxa de renovação, então tal demora mais de 400 anos.
Por outro lado, existem já hoje um conjunto de estudos que evidenciam soluções de eficiência energética no edificado.
Oportunidades de redução dos consumos energéticos
No setor residencial apontava-se para consumos de 3 700 kWh ano em eletricidade (Adene, 2012), este consumo não abrange um conjunto de consumos não elétricos, por exemplo apenas considera uma parte do consumo para águas quentes sanitárias.
O inquérito ao consumo energético no setor doméstico (2010) evidencia que “No que concerne ao isolamento de paredes e cobertura, verifica-se que ainda é reduzido o grau de utilização deste importante contributo para a eficiência energética dos edifícios”.
Apenas 21,1% dos alojamentos têm isolamento nas paredes exteriores e, entre os alojamentos que se localizam no último piso (moradias e apartamentos localizados no último andar), cerca de 17% têm isolamento na cobertura.” Ou seja, em média mais de 80 % precisa de intervenções significativas. Os restantes 20 % assume-se que para atingir reduções de mais de 40 % necessitam de intervenções mais reduzidas.
Quanto às necessidades de consumos globais, os valores variam em função do referencial de conforto e níveis de desempenho. Considera-se que os valores para o atual parque edificado residencial devem ser, pelo menos, da ordem dos 90 kWh.m2.ano, de forma assegurar os níveis de serviço adequados.
4. Cálculo de Empregos
Modelo de cálculo
Para a determinação da criação de emprego através da intervenção de mitigação das alterações climáticas e atendendo ao referenciado na eficiência energética. Considerou-se um cenário de reabilitação energética centrada nos alojamentos que são residenciais habituais a uma taxa de 5 %, o que permite ao fim de 20 anos (horizonte de análise da renovação desta fração significativa do parque edificado). O modelo da abordagem utilizada é o seguinte:
1– Tipologias de residências
As tipologias de residências habituais em Portugal [4], que são cerca de 4 Milhões de Alojamentos, dispõem de diferentes áreas e número de divisões (quadro 4-1), sendo as mais comuns entre 60 e 119 m2 de área útil, onde se encontra mais de 52 % do parque de residências habituais.
2– Consumos anuais
Os valores dos consumos anuais variam de forma significativa. Tendo em consideração as diferentes tipologias utilizou-se um valor médio de 90 kWh/m2.ano. Com base nesse valor, nas áreas médias e nº de residências, o consumo das residências habituais é de 39 milhões de MW por ano.
3– Poupanças energéticas anuais
A redução dos consumos assenta na melhoria dos isolamentos (fachada e cobertura), melhoria do envidraçado e seleção de equipamentos eficientes. O valor depende das soluções a adotar, tendo-se referenciado um valor de poupança da ordem dos 40 % nas residências intervencionadas.
4– Estimativa de tempo por reabilitação
A estimativa de tempo de reabilitação depende de múltiplos fatores, tendo no caso sido associado à tipologia e dimensão das residências. Considera-se as seguintes tipologias de trabalho:
- Perito Energético;
- Projetista;
- Trabalhador nas obras ou instalador;
- Gestão e verificação.
A relação existente era de 1:8:40:1, ou seja, para cada dia de trabalho de perito energético, seria preciso 8 dias de projetista, 40 de obras ou instalação e 1 de gestão ou verificação. Os dias de reabilitação determinados para cada tipologia são apresentados no quadro seguinte.
5– Emprego gerado
Num cenário em que se vai intervindo em 5 % do parque edificado e se contabiliza os dias e anos de trabalho, durante os 20 anos, cria-se 517 182 anos de trabalho. Se esse valor for divido por 20 anos [5], estima-se uma criação de emprego de cerca de 27 000 empregos (27 035) por período de 20 anos, ou seja, cria-se emprego para cerca de 27 000 pessoas, assegurando o seu trabalho durante 20 anos na reabilitação energética das residências habituais. A repartição é a apresentada no quadro 4.3 seguinte:
6– Definição de Custos e Investimentos
Com base nos tempos de trabalhos de reabilitação (assumindo otimização nas intervenções) e nos custos de investimento de 50 € /m2, estima-se o custo da reabilitação unitária para cada tipologia de residência em função da área (Quadro 4-4), que varia entre cerca de 2 000 € (para residências com menos de 30 m2) e mais de 15 000 € (para residências superiores a 200 m2).
7- Investimento
Com base nestes custos de reabilitação por residência e considerando o número de residências habituais, o valor de investimento anual para reabilitação de 5 % do parque é de 1 500 milhões de euros e, no total do período de 20 anos, de mais de 30 mil milhões de euros.
8- Poupanças económicas
As poupanças económicas da redução dos consumos em 40 % quando todo o stock for renovado atinge o valor de mais de 15 milhões de MW, o que, a 130€/MW, leva a poupanças de mais de 2 mil milhões de euros por ano, no caso de 100 % do stock.
9- Período de retorno
O período de retorno simples do investimento, apenas considerando as poupanças energéticas e sem considerar as externalidades ou outros benefícios em conforto e saúde, é de 15 anos para este valor do custo energético.
10- Poupanças em emissões de carbono
Com resultado das poupanças energéticas de redução, tal permite poupanças, em 20 anos, de mais de 16 milhões de toneladas de CO2 equivalente. No ano 20 e seguintes as poupanças anuais são da ordem de 1,5 milhões de toneladas de CO2 equivalente (CO2 eq). Nestes valores não foi considerada a energia incorporada nos materiais e produtos ou trabalho, bem como as respetivas emissões de carbono.
Se relativizarmos as toneladas totais evitadas pelo investimento, obtêm-se que o valor do investimento por tonelada evitada é da ordem dos 1 813 €.
11– Aferição e Validação
Se, na globalidade, os valores utilizados são de estatísticas nacionais oficiais (Censos 2011 e outras) pelo que estarão numa primeira análise aferidos, existem, no entanto, três pontos que merecem uma análise mais detalhada, nomeadamente o valor utilizado para o consumo de energia, o trabalho realizado para assegurar a reabilitação e valor de empregos gerados, que se passa a validar.
Consumo de energia?
Para aferição do valor utilizado no consumo de energia (90 kWh/m2.ano) compara-se com o valor de consumo total em Portugal que foi de 22 milhões de TEPs em 2015 [6], ou seja, 2,57E+08 MWh, sendo que valor em causa (39 milhões de MW por ano é o total da aplicação deste valor) é cerca de 15 % do total consumido, o que se encontra dentro do expectável (Quadro 4.6), pelo que a utilização deste valor se considerada adequada.
O valor de consumo de energia (90 kWh/m2.ano), que resulta de vários estudos efetuados pelo autor e outros dados, permite explicar os valores de consumo doméstico, pelo que é uma base de trabalho que, embora com alguma incerteza, se revela adequada.
Estimativa de trabalho a efetuar?
A realização da reabilitação energética exige uma abordagem, muitas vezes, caso a caso e depende da solução adotada.
O valor encontrado foi sujeito a iteração e análise de caso para determinar os tempos e afetação a cada trabalho e custos de materiais.
Os valores de 50 €/m2 são indicativos, já que o custo não é por área útil, mas por paredes, envidraçado, etc. No trabalho assumiu-se que sendo profissionais (nos 220 dias úteis) efetuam a avaliação energética durante uma parte do dia e o mesmo na verificação ou gestão, que o projeto de reabilitação envolve menos de uma semana e as intervenções de reabilitação são ligeiramente superiores a um mês de trabalho (Quadro 4-7). Naturalmente que no projeto e na obra e instalação haverá mais que um trabalhador ou instalador que repartem estes valores.
Esta análise evidencia que existe uma incerteza nas determinações, mas que os cálculos de dias de trabalho não foram efetuados por excesso, tendo sido otimizados.
Investimento
A necessidade de investimento em média por alojamento é da ordem dos 7550 €, o que é um valor que para alguns casos terá implicações importantes e se não houver aumentos do preço da energia teria um período de retorno simples da ordem dos quinze anos.
Refira-se que os valores de investimento são já otimizados e ponderam uma procura no mercado significativa e normalização das soluções. Os investimentos previstos poderão ter uma variação significativa, pelo que tem um nível de incerteza significativo.
Empregos gerados?
No seu capítulo 5 (Campaign against Climate Change, 2014):28 indica que, durante os 20 anos, serão necessários para o Reino Unido 185 000 trabalhadores, explicitando que são sobretudo trabalhadores da construção para reabilitar energeticamente as casas, edifícios públicos e de negócios. As áreas de criação de emprego ao longo dos 20 anos são:
- Renovação energética das casas (100 000 trabalhadores);
- Renovação energética dos outros edifícios (50 000 trabalhadores);
- Conversão dos edifícios para energias renováveis (25 000 trabalhadores);
- Inspeção e verificação dos edifícios (10 000 trabalhadores).
A relação entre os empregos específicos nas residências e nos outros edifícios é de 1:2.
Se compararmos com o número de empregados no Reino Unido, que é de 31, 84 milhões [7], essa criação de emprego significa menos de 1 %, mais precisamente 0,58 % dos empregos existentes atualmente.
Em Portugal, a população ativa [8] em 2016 era de 5.178 milhões e a taxa de desemprego [9] era de 11.175, ou seja 4,599 milhões, o que corresponde a 14.45 % do Reino Unido. O valor previsto da aplicação deste racional significa cerca de 27 000 empregos no setor da construção em Portugal. Se assumirmos um valor de emprego da ordem dos 6 % da população empregada (cerca de 27 600), este valor corresponde aproximadamente a 10 %.
O valor encontrado no modelo de cálculo assente na reabilitação das residências é de cerca de 27 035, ou seja, a diferença é inferior a 1 %. Destaque-se que a estes valores acresce o investimento e reabilitação de escritórios e unidades comerciais não contabilizadas.
5. Síntese
A análise efetuada evidencia que o sector residencial tem um potencial de reabilitação energético e de redução das emissões de carbono elevado. Se for efetuado um modelo de reabilitação energética que reduza o consumo de 40 %, que se aplica a 5 % das residências habituais (que foi o foco da análise).
Estima-se que esta intervenção nas residências habituais permite a criação de empregos da “eficiência energética do edificado” de mais de 27 000 empregos assegurado durante os 20 anos de análise. Para além disso contribui para melhorar as condições de conforto e habitabilidade, bem como reduzir em 20 anos, de mais de 16 milhões de toneladas de CO2 equivalente.
Bibliografia
Adene. (2012). GUIA DA EFICIÊNCIA ENERGÉTICA. Retrieved from
http://www.adene.pt/sites/default/files/guiaee_v1310.pdf
Campaign against Climate Change. (2014). One Million Climate Jobs. Tackling the environmental and economic crises.
INE. (2012). Instituto Nacional de Estatistica, Censos 2011. Retrieved September 13, 2015, from
http://censos.ine.pt/xportal/xmain?xpid=CENSOS&xpgid=censos_quadros_populacao
PNAEE. (2016). PNAEE 2016 – Plano Nacional de Ação para a Eficiência Energética 2016. Retrieved April 30, 2017, from
http://www.pnaee.pt/
Notas:
[1] 3.01 – ALOJAMENTOS, FAMÍLIAS, PESSOAS RESIDENTES E PESSOAS PRESENTES, SEGUNDO O TIPO DE ALOJAMENTO, A FORMA DE OCUPAÇÃO DOS ALOJAMENTOS FAMILIARES CLÁSSICOS, O TIPO DE EDIFÍCIO ONDE SE SITUAM ESTES ÚLTIMOS, QUANDO RESIDÊNCIA HABITUAL E A POPULAÇÃO SEM ABRIGO [2] INE3.06 – ALOJAMENTOS FAMILIARES, OCUPADOS COMO RESIDÊNCIA HABITUAL, SEGUNDO O AQUECIMENTO DISPONÍVEL NO ALOJAMENTO E A PRINCIPAL FONTE DE ENERGIA UTILIZADA PARA AQUECIMENTO [3] http://www.jn.pt/sociedade/interior/portugal-e-onde-mais-se-morre-devido-ao-frio-1194466.html [4] 3.12 – ALOJAMENTOS CLÁSSICOS, OCUPADOS COMO RESIDÊNCIA HABITUAL, SEGUNDO O NÚMERO DE DIVISÕES POR ÁREA ÚTIL [5] Considera-se 220 dias úteis no ano [6] http://www.pordata.pt/Portugal/Consumo+de+energia+prim%C3%A1ria+total+e+por+tipo+de+fonte+de+energia-1130 [7] https://www.ons.gov.uk/employmentandlabourmarket/peopleinwork/employmentandemployeetypes#timeseries [8] http://www.pordata.pt/Portugal/Popula%C3%A7%C3%A3o+activa+total+e+por+sexo-28 [9]https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_indicadores&indOcorrCod=0007976&contexto=bd&selTab=tab2